Monday, August 27, 2007

Como Nós Criamos Valor como Educadores Soka?

REDE INTERNACIONAL DE EDUCADORES SOKA

Volume V, Assunto 2

Buscando Construir uma Comunidade de Vida através da Educação Humanística

SEIN Forum Online IV:

28/Maio – 25/Junho, 2007.


No IV Forum nos concentramos na perspectiva do Bodhisattva Jamais Desprezar (BJD) e na Educação Soka. A prática de respeitar profundamente os outros está no coração da prática budista, porém nem sempre sabemos como criar valor através desta prática como educadores. Nossa discussão certamente ajudou-nos a aprofundar nossa prática, bem como vermos como aprofundar nosso relacionamento com os estudantes, comunidade educacional e o mundo ao nosso redor. O que começou como um forum tornou-se uma reconexão com o nosso BJD interior, com Sensei, um profundo respeito de um ao outro e para nossa rede de educadores.

O Presidente Ikeda escreve, “Nitiren Daishonin nos mostra que respeitar os outros, como exemplificado pelas ações do Bodhisattva Jamais Desprezar (BJD), constitui a base fundamental da prática do Sutra de Lótus e que a conduta de fazer o chakubuku é dar continuidade a prática do Bodhisattva Jamais Desprezar. Consequentemente o significado fundamental de chakubuku encontra-se naturalmente vinculado ao respeito aos outros. Com esta premissa, Daishonin nos ensina que tratar os outros com respeito em tudo que fazemos, e não apenas enquanto realizamos o chakubuku, é o modo correto para o seres humanos comportarem-se.

A Prática de Respeitar os Outros e Aplicações na Vida Diária

Nós discutimos a fria realidade do ambiente escolar, onde agimos o mais humanamente possível, sabendo que estamos afetando a sociedade a longo prazo. Para uma participante, é na escola que devemos respeitar completamente cada estudante e outras pessoas, esta é sua prioridade. Como resultado, seus estudantes elevam a auto-estima, a auto-confiança e o senso de missão, ou seja, um papel a realizar.

Outra disse que os seus constantes esforços para ser o Bodhisattva Jamais Desprezar em seu trabalho diariamente, a habilita sobreviver. Ela sente que faltam nos jovens, habilidades sociais e interpessoais necessárias para trabalharem e viverem felizes e em harmonia. Ela agora demonstra a eles como se desculpar a outras pessoas. Outro notou que os estudantes correspondem ao seu sincero respeito pela dignidade de cada estudante.

Nós começamos a perceber que poderiam haver efeitos diferentes em níveis mais profundos de respeito pelo outro. O respeito budista está talvez em realmente acreditar que a vida daquela criança sórdida, brutal e cruel, é propriamente parte do kossen-rufu. O respeito por si mesmo parece também originar-se desta confiança.

Ser o mestre de sua mente e não deixar que sua mente o domine é realmente importante. Reconheça o que e quem você despreza. Uma participante percebeu que desprezava inteiramente as instituições! Uma vez que ela começou a se corrigir, sua vida conseguiu inacreditável boa sorte. Outra participante limpou seu sentimento de desprezo e isto resultou em seu marido tornar-se apto a reconhecer este sentimento e perceber a importância da prática budista.

Este compartilhamento pessoal leva ao enfoque de Gandhi no poder da verdade e da humanidade como a força predominante no coração das pessoas. O pilar do autoritarismo está fundamentado na violência e no ódio, somente podendo habitar o poder animalesco. Lutar contra este problema sucumbindo simplesmente ao desejo animalesco de usar a violência não fornece nenhuma solução fundamental. Ao invés, ele ensinou para as pessoas armarem-se com o elevado poder da verdade e da humanidade, dizendo a eles que, em última instância, não existe nenhuma arma mais poderosa.

Sensei escreve que Gandhi disse que se ele fosse renascer, ele esperaria ser como um intocável, de forma que ele poderia assim entender e compartilhar sua tristeza e sofrimento, e o insulto e desprezo que eles devem aguentar, e então salvá-los. O próprio Nitiren nasceu em uma família de classe baixa e nós devemos fundir com sua conduta e comportamento, e sua luta pelos direitos humanos. Vamos considerar levantarmos-nos ainda mais fortemente no caminho do fortalecimento de nossos estudantes.

Tanto Gandhi quanto Makiguti não viram seu tempo na prisão como um sacrifício. Gandhi, Makiguti e Toda fizeram da prisão o local onde aprofundaram suas convicções e suas condições de vida. Existem momentos que em sala de aula, nos sentimos numa prisão. Nós podemos ser como eles. Uma participante ao imaginar-se reverenciando, como o BJD, os estudantes ao entrarem na sala de aula, imediatamente começou a ver mudanças em sua vida! Cada um está procurando por felicidade e alegria em suas vidas.

O mundo está repleto de pessoas que conscientemente ou inconscientemente gostam de estar no poder e pessoas que se sentem superioras e outras que sentem-se inferioras. Nós precisamos tornarmos-nos independentes, mantendo nossas vidas em nossas próprias mãos, e ajudar os outros a fazerem o mesmo, tão depressa quanto possível. Este é o “respeito sincero”. Sr. Saito disse que nossa prática no século 21 deve ser a do Bodhisattiva Jamais Desprezar. Também disse que o BJD não era somente respeitoso mas também era cheio de bom senso! Ele não ficava apenas de pé em volta enquanto as pessoas atiravam pedras nele, mas buscava ter certeza de que estava a uma distância segura enquanto demonstrava seu respeito por seus detratores. Então, isto não significa respeito cego. Significa perceber na pessoa tanto a sua escuridão fundamental quanto a sua natureza de buda.

Aplicações na profissão de educação; ajudando os estudantes usarem o respeito como um valor na Era da Informação face a um mundo violento onde as pessoas lutam acima de recursos escassos, o ambiente necessitando desesperadamente de pessoas que assumam responsabilidades, e onde os valores hipócritas e cínicos impregnam a política pública.

As habilidades chave na educação devem incluir o aprendizado para viver com incertezas, instabilidade e insegurança. Por vivermos num tempo de transição, devem existir pessoas corajosas que estão dispostas a darem o primeiro passo e viverem com incerteza. Isto é definitivamente verdadeiro no reino do desarmamento nuclear. Estudantes precisam ter os fundamentos básicos da integridade pessoal para a sobrevivência.

Como nós ajudamos os estudantes a usarem o respeito como um valor?
O budismo diz que temos três potenciais inerentes na natureza de Buda – a natureza de Buda inata, a sabedoria para percebe-la, e as boas ações, ou prática Budista, para desenvolver esta sabedoria, e tornar a natureza de Buda aparente. Boas ações ajudam no desenvolvimento da sabedoria, e a sabedoria desenvolvida percebe a natureza de Buda inata. Estas três causas interagem para habilitar a pessoa a atingir o estado de Buda. Ajudar os estudantes a perceberem o seu grande potencial, perceberem como a criação de valor leva ao aumento da sabedoria e da boa sorte, e desenvolverem o espírito de procura, isto é polir a si mesmo.

Este novo Eu pode desafiar o autoritarismo, o poder animalesco através de uma profunda convicção no poder da verdade e da humanidade. Este novo Eu lutará pelos direitos humanos e contra a escuridão fundamental por si e pela humanidade. Nós não podemos realmente combater a injustiça em salas de conferência, nos tribunais, ou na sala de aula. Nós precisamos deste poderoso Autêntico Eu que pode emergir em nossos estudantes se nós ensinarmos de modo que os fortaleça.

Isto levará a níveis mais profundos de respeito pelos outros, e por nós mesmos. Agindo cada vez melhor como BJD, pelo princípio do Corpo e da Sombra, os estudantes também farão tais mudanças em suas vidas. As escolas naturalmente refletem a nossa sociedade, desta forma o que nós fazemos na escola afetará a sociedade de volta.

Como nós ajudamos os estudantes adquirirem esta coragem? Sensei diz que nós devemos considerar seriamente a conduta e o comportamento de Daishonin e sua luta pelos direitos humanos. São os professores que precisam ter a coragem de transmitir isto aos estudantes.

Cada estudante, sendo budista ou não, tem uma missão – eles são a fechadura e nós somos a chave. Nós podemos ajudar os estudantes relatando nossas próprias experiências pessoais.

A Coragem do Respeito Próprio
Um participante engajou-se nesta luta durante o período de primavera, tentando fazer emergir o respeito próprio de alguns estudantes que estavam tentando custear o curso até o dia da graduação. Ele disse que este forum e o BJD foram de grande ajuda para lembrá-lo sobre a atitude. Ele ficou prazeirosamente surpreso no quão bem e orgulhososamente os estudantes concluíram o curso.

As pessoas não respeitavam o BJD, porém isto não era porque ele não se respeitava. Ele estava dizendo a eles que todas as pessoas são Budas, e eles não podiam acreditar nisto ou tinham medo. Nós tivemos uma experiência similar com os estudantes, que são cínicos por confundirem ou associarem o respeito próprio com poder. Inclusive aqueles estudantes que chegam de forma educada, profissional e algumas vezes de muito bons pais.

Muitos estudantes adultos quando têm que lidar com seu professor mostram dois possíveis comportamentos opostos: desafiador ou submisso. Quando eles desafiarem nosso conhecimento afim de satisfazerem sua curiosidade, ou melhor ainda, seu desejo de aprender mais, isto pode ser uma oportunidade maravilhosa. A situação complica quando, em sua idade, eles buscam somente a confirmação do professor, sem qualquer interesse no saber. Então, nesse momento devemos desviar da lição e ajudar este estudante ganhar confiança e independência. É espantoso como até um curso de italiano pode se tornar uma ferramenta para ajudar qualquer ser humano criar valor em sua vida.

A Coragem para Desenvolver o Poder da Não-Violência
Nós podemos começar com o próprio relacionamento entre os estudantes em sala de aula, as discriminações, as posições, as brigas de poder. Nós podemos mostrar a eles que estes são os assuntos reais que também os adultos enfrentam. Você pode promover uma discussão sobre como perceber quando a pessoa está usando o poder autoritário e quando está usando o poder do diálogo.

Montessori fala sobre todos os caminhos os quais “educadores” por sistemas de recompensa ou castigo, e dominação da sala de aula, vieram criando alternativamente estudantes dóceis e competitivos, que irão guerrear como adultos simplesmente porque lhes foi dito muito o que fazer, e não tiveram nenhum sentido verdadeiro de sua própria identidade ou de justiça. Então os professores precisam estar cientes de que o ambiente nas escolas não contribuem para criar esta mudança, desta forma, nós próprios devemos fazer isto, em nossas próprias salas de aula.

Montessori teve tais grandes inovações com o aprendizado das crianças através da capacidade de tocar objetos e aprender pelo que sentem e que fazem (isto leva a ação). Nós descobrimos que a partir deste movimento quando muito jovem causa uma conexão direta ao desenvolvimento do cérebro. Talvez nós possamos casar os métodos de Montessori com as ferramentas de desenvolvimento da coragem e do respeito.

Certamente existem muitas razões para ser pessimista. Estas razões não podem ser rejeitadas ou omitidas e não se pode deixa-las de lado. Pelo contrário, devemos lidar com elas. O desafio deve ser aceito.

Como Ensinar Respeito como um Importante Valor?
Um problema comum entre os estudantes é sua inabilidade para confiar e respeitar seus colegas estudantes. Parte deste problema é devido ao currículo mundial que não oferece oportunidades suficientes para que os estudantes possam socializarem-se bem. Então nós devemos preencher este buraco.

Consiga conhecer individualmente cada estudante que você está ensinando. De modo que você conheça o que está dentro dele ou dela. Como suas vidas poderiam ser ajudadas aprendendo o respeito a eles e o respeito aos outros? Como eles poderiam ser mudados? Quais são os seus sonhos pessoais? Uma professora perguntou para um estudante qual era o seus objetivo no curso de história? Ele disse, conseguir um “F”. E ele estava falando sério. Isto era a única possibilidade que ele podia enxergar. Ela sugeriu que ele fixasse a meta em “D”, que é um passo mais alto. Ele acabou conseguindo um “C” que o encantou.

Encorage em sala de aula atmosferas onde os estudantes entendam que isto leva a muitas diferentes habilidades para conseguir fazer um trabalho! Encorage os estudantes responderem idéias de outros com “sim e...” ao invés de “não”. Fale aos estudantes sobre os modos com os quais eles escravizam um ao outro e também sobre as ações ou palavras com os amigos que os levaram num certo momento a andar sobre uma linha que poderia destruir sua amizade. Peça as pessoas para abrirem suas mentes deste modo.

Nós precisamos de ferramentas para poder confrontar poder com dignidade. O domínio próprio é tal ferramenta. O Presidente Ikeda diz que quando somos jovens nós devemos construir nosso Eu. Um participante fundou uma escola na China, e adotou uma política de nunca dizer para o estudante, “O que você fez foi errado,” e invés disso perguntar, “Isto foi a coisa certa a ser feita?” porque eles queriam que os estudantes pudessem pensar sobre isto e construirem o seu próprio instinto para a retidão e injustiça. Deste modo eles poderiam desenvolver um forte senso de integridade pessoal.

Makiguti disse que quando os estudantes terminam o ensino médio nós devemos examinar e pensar sobre suas forças e debilidades, inclusive o caráter. Encorage-os as escolherem projetos para corrigir estas debilidades. Se eles descobrirem que eles nunca consideram os outros , por exemplo, eles podem decidir fazer atividades que os capacitem aprofundar sua compaixão – caridades de igreja; programas de suporte a jovens, literatura, artes, etc.

Nós deviamos mostrar a eles o poder do respeito – contando a história de grandes pessoas que se utilizaram do diálogo e do profundo respeito afim de mudarem o mundo, a partir de histórias de Nitiren, Ikeda, Gandhi, Jesus, Maomé, Eleanor Roosevelt, Wangari Mattai, nós temos muitas a escolher. Estas histórias podem implantar valorosas lições de vida. Se nós quisermos realmente construir esta capacidade na vida dos estudantes – educadores precisamos olhar para o poder do respeito do mesmo modo que ensinamos matemática, inglês, ciências, etc.

Como budistas nós precisamos lembrar que o valor do relacionamento é a coisa mais importante. O efeito do Tambor de Veneno refere-se a conexão que uma pessoa desenvolve com o Budismo até quando se opõe fortemente a ele. Esta conexão eventualmente habilita pessoas tornarem-se iluminadas. Porém, isto não é a mesma coisa que antagonizar pessoas, tentando apenas nos ajudar, sendo dogmáticos. Quando nós deixamos de escutar outras pessoas e deixamos de respeita-las, nós não estamos mais no estado de bodhisattva. Tal desprezo, naturalmente, não cria nenhum valor. Um participante aprendeu que a discordância não precisa afetar o relacionamento com os outros.

Arum Gandhi, o neto de Gandhi disse que algumas vezes você tem que perceber e enfatizar que o seu amor pelo outro, ou seu relacionamento, é mais importante que sua discordância e simplesmente concordar em respeitar que cada um de vocês têm visões muito diferentes. Isto ajudou-lhe a aprender a abraçar outros sem sentir que tem que desafia-los ou mudar seus pensamentos.

Projetos Colaborativos
Outra educadora deu um exemplo. Ela foi professora de drama moderno, um curso exigido para os estudantes do segundo ano do Departamento de Inglês da Universidade de Chipre, Nicosia. Os requisitos para este curso incluem uma apresentação de grupo e ela sugeriu organizar uma úncia apresentação com todos ao invés de apresentações em grupos. A primeira reação foi negativa porque os estudantes tinham medo de que não pudessem fazer a apresentação requerida e nem colaborar com os outros. A apresentação consistiu em vídeos, música, uma cena de Brecht (Coragem de Mãe), leitura de poesia, e apresentação de música ao vivo de estudantes do Chipre Grego e do Chipre Turco. O título da apresentação foi “Por que nós imaginamos.” O tema da apresentação foi “Guerra e Paz” e iniciou com Imagine de John Lennon. Uma estudante disse, “Nós aprendemos que quando as pessoas se devotam em contribuir para o mundo, então, todos os obstáculos, barreiras, problemas e dificuldades desaparecem. Através do trabalho em grupo, nós aprendemos que entre as pessoas não deve existir espaço para sentimentos negativos como raiva ou amargura. Nós agora vemos os obstáculos e problemas que enfrentamos diariamente em nossa vida como desafios que tornam nossa vida mais excitante e interessante. Nós estamos prontos agora para enfrentar qualquer obstáculo pois agora sabemos que o impossível não é nada. Impossível é apenas uma grande palavra lançada ao redor pelas pessoas pequenas que temem enfrentar os obstáculos e os desafios da vida.” Uma outra: “Nós cooperamos; Nós aprendemos coisas sobre um e outro, coisas e habilidades que estavam escondidas dentro de cada um de nós durante aqueles dois anos. Eu consegui ver claramente que alguns de meus colegas estão de fato sabendo da grande quantidade de valor que existe em todas as pessoas e eu posso agora confiar neles mais facilmente.”

Ensinar os estudantes para confiar um no outro através de projetos colaborativos está criando um modelo para uma justa e sustentável comunidade global. O Bodhisattva não age como um catalisador na personalidade das pessoas mas trata sua natureza de Buda. Deste modo ele não é superior a eles mas acredita em suas capacidades para emergir a luz, de dentro deles, o poder do estado de Buda. Este poder é uma consciência deles mesmos dentro de seu próprio ambiente. Isto também é a consciência da grande multidão de bodhisattvas “os quais com força e sabedoria iluminam a escuridão da vida a partir do mundo da Lei Mística”

O método do mestre ou professor no Budismo da SGI é o diálogo de vida a vida, sendo que o objetivo último deste diálogo é o de produzir uma “reação em cadeia de felicidade” e “transmitindo para os outros”. A parábola do Pico da Águia oferece um exemplo de como produzir uma “reação em cadeia de felicidade” achando caminhos criativos para engajar os estudantes em projetos colaborativos colocando-os simutaneamente na posição de professor e estudante dentro de seu ambiente. Os projetos de apresentação e eventos culturais envolvendo a ativa participação dos estudantes oferece uma oportunidade de treinamento significativo e desenvolve a criatividade dos estudantes e habilidades para o diálogo através da resolução de problemas. Quando estas atividades estão ligadas a uma visão maior, como Paz, o valor do projeto tem um impacto regional e também internacional em que realça o respeito dos estudantes pelo seu ambiente regionalmente e internacionalmente, forjando um sentimento forte de respeito por si mesmos e pelos outros.

Desarmamento, Dialogo e Reforma da ONU e Jovens Reorientando a Educação em Direção a Educação para o Desenvolvimento Sustentável
Uma participante escreveu que é um passo enorme, da esfera pessoal do indivíduo, influenciar a burocrática Organização das Nações Unidas (ONU). Inspirada pela exibição Sementes de Mudança, ela promoveu a Carta da Terra em todos os níveis, no ensino de artes e desenho, ajudando seus colegas professores encontrarem meios para integrar isto em suas áreas de assunto (desde saúde e estudos sociais até computação), inspirando a gerência senior a usar esta visão para tornarem-se uma academia sustentável, encorajando o nível mais alto da Universidade a endosar isto que eles fizeram. Ela sente que a Carta da Terra dará aos jovens uma visão positiva de como a humanidade pode trabalhar junta para assegurar um futuro sustentável e que é um primeiro passo para engajar os jovens com os valores que justificam a ONU. Ela sente seu sucesso, porque parte de seu tempo ela é uma conferencista sem condição ou influência real, e ela orou para sair de sua zona de conforto e começar fazer amizade com todos a seu redor sem qualquer preconceito e com o espírito do BJD. Ela fez amizades surpreendentes. Tudo isso conseguindo sair de sua zona de conforto – reverenciando e conectando-se a vida da outra pessoa.

A reorientação da educação como um todo em direção a sustentabilidade envolve todos os níveis de educação formal, não formal, e informal em todos os países. O conceito de sustentabilidade trata do ambiente natural, mas também da pobreza, saúde, segurança de alimentação, democracia, direitos humanos e paz. Sustentabilidade é, numa análise final, um imperativo moral e ético em que a diversidade cultural e sabedoria tradicionais precisam ser respeitadas.

Nós dissemos que este tipo de educação, para ser mais efetivo, deveria iniciar com as crianças. Elas podem começar a experimentar isto em sala de aula, então quando elas alcançarem a universidade, elas estarão acostumadas a pensar em termos de sustentabilidade.

Estrutura para Ensinar os Princípios do BJD
A Educação para o Desenvolvimento Sustentável é um grande caminho para se conseguir os valores de uma justa e sustentável comunidade global, que é o objetivo da Carta da Terra. O Presidente Ikeda disse que a Carta da Terra é o Risho Ankoku Ron da atualidade. Você pode realmente perceber a qualidade do poder revestido de dignidade dentro da Carta da Terra e, eu posso ver que nós poderíamos descobrir a metodologia de como ajudaríamos os estudantes a dominar a habilidade do poder revestido de dignidade no contexto da Educação para o Desenvolvimento Sustentável.

Ao mesmo tempo nós precisamos ajudar cada estudante a ganhar confiança e independência, o necessário para respeitar outros a seu redor, certos de que os estudantes farão uma importante contribuição para a sociedade, o princípio do Corpo e da Sombra, desenvolvendo nosso respeito próprio, acreditando no princípio do Tambor de Veneno - que cada um está se movimentando em direção a iluminação, trabalhando em colaboração na sala de aula, e encorajando o auto-domínio – nós temos muitos importantes princípios a serem ensinados.

Polindo a si próprio. Ajudando os estudantes a desenvolverem o espírito de procura, para perceberem o seu grande potencial, vendo como criar valor para eles e para o mundo, e vendo que isto direciona à sabedoria e boa sorte. Nós agora podemos ajuda-los, através deste auto-domínio, o poder revestido de dignidade, e começar a mudar o poder autoritário, animalesco, e movimentado-os para o desenvolvimento de uma convição mais profunda no poder da verdade e da humanidade. Os estudantes podem lutar pelos direitos humanos e contra a escuridão fundamental, usando o poder do diálogo, com base no poder inerente do respeito e da coragem.

Um educador, que está elaborando uma conferência importante disse que sua missão reflete as questões que nós levantamos no forum:

“As habilidades chave para os estudantes do século XXI serão a habilidade de lidar com a complexidade, incerteza, e insegurança. A Educação para o Desenvolvimento Sustentável inclui a Educação para a Paz, Cidadania e Consciência Global, Integridade Ambiental e Direitos Humanos. Esta habilidade deve utilizar o espectro inteiro de assuntos pertecentes a sustentabilidade, enfatizando especialmente os assuntos como atitudes pessoais, empatia, respeito as diferenças, apoio a sociedade civil e a suas instituições, e a promoção da consciência civil e a justiça social.

Muitos educadores de várias áreas estão descobrindo caminhos para ensinar o pensamento sustentável. Agora, se nós criarmos uma aliança com estes educadores, e trabalharmos para descobrir nossas próprias melhores práticas, poderemos começar a criar mudanças.

Em certo ponto esta complexa e complicada rede que está nos mantendo refém têm que desprender-se, de modo que nós possamos nos mover para um novo modo de viver por completo. É como se nós estivessemos juntando os fios principais para retirar a rede, e quando nós os separarmos, a rede desprenderá. Nós não podemos ter medo.

O mundo, e suas nações, já estão mudando para uma cooperação global, e esta nova filosofia educacional mudará o caráter da educação. Da competição para a competição humanitária – da mesma maneira que Makiguti predisse.

Educação, o 4º Poder
O que é maravilhoso sobre este forum é que nós vemos como as pessoas corretas podem fazer a Internet e a Tecnologia trabalharem para elas em vez do contrário, como Ikeda disse, Internet com face humana.

Como esta Rede Internacional de Educadores Soka, onde estamos usando nossos próprios paradigmas de dimensão da vida para forjar laços de compromisso, usando esta tecnologia on-line. O Presidente Ikeda escreve que o esforço para superar a frieza e a indiferença em nossas próprias vidas e atingir o mesmo estado de compaixão do Buda é a essência da Revolução Humana. Cave embaixo de seus pés e você achará uma fonte lá. Certamente é a dúvida que barra uma criança ou um adulto de tornar-se verdadeiramente forte e sábio. Nós somos afortunados por termos Ikeda Sensei como mestre e ele realmente conta conosco, que faremos a nossa contribuição no local onde estamos.

Ikeda Sensei falou sobre Educação, o 4º Poder em 1969. Talvez possamos estudar este tema num forum, futuramente. Certamente ajudariamos a entender mais a visão de Daisaku Ikeda, contribuindo para que possamos ajudar os estudantes a chegarem lá. Nós poderíamos desenvolver nossa experiência e aplicações dos princípios do BJD em algo que ajudasse a estabelecer este Poder.

Eu e o Outro, o Corpo e a Sombra
Sensei fala sobre “Liberdade e Disciplina” e reconta a história de um treinador de cães, que quando estava nervoso com alguma coisa em sua vida, ele cancelava o treinamento do dia, pois se ele estivesse nervoso ao repreender o cão, ele sabia que o cão sentiria desprezo por ele e acabaria qualquer esperança de treinar aquele cão. Quem recebe o treinamento é de certa forma um espelho que reflete o treinador, um companheiro indispensável. Ikeda comparou isto com forjar e nutrir o caráter através da educação. Este relacionamento entre eu e o outro é profundamente relacionado com a Educação Soka.

“O “eu” requer a existência do “outro”. Não podemos nos engajar com os outros de forma efetiva e produtiva se carecemos da tensão interior, da vontade e da energia espiritual para guiar nossas emoções. Reconhecendo o que nos é diferente e externo, sentindo a resistência que isso oferece, somos inspirados a exercitar o autodomínio que nos traz prazer de convivência. Ignorar o outro é, portanto, minar totalmente nosso ser.” Daisaku Ikeda, Proposta de Paz 2004

Tsunessaburo Makiguti fez sua Teoria de Valor com base no ensinamento do capítulo Meios do Sutra de Lótus de Sakyamuni. O Buda é aquele que abre, mostra, desperta e conduz os outros. Quando o Bodhisattva Professor ganha a confiança e o respeito do estudante, o estudante pode então encontrar o meio para abrir o seu portal do estado de buda.

Sensei acredita que “há uma espécie de “podridão enraizada” corroendo profundamente a compreensão das pessoas sobre o que nos faz ser humano: como nos definimos, como nos relacionamos com os outros diferentes de nós. Num mundo preso a ciclos de terrorismo e represálias militares, acredito ser vital usar o bistui nas raízes corruptas, das quais o mal espiritual de nossa era é gerado. Somente reunindo coragem para isso é que seremos capazes de respirar novamente os ares libertadores da esperança.” Daisaku Ikeda, Proposta de Paz 2004

Precisamos conversar com os estudantes sobre o que significa ser humano. “Nos últimos anos, o comportamento de alguns jovens parece fugir completamente do significado convencional de “bom senso” e tornou-se um objeto de consternação. Mas, as ações desses jovens devem ser vistas como um sintoma da erosão da função educativa da sociedade como um todo e uma perda grande e constante da tensão espiritual que nasce do encontro entre o “eu” e o “outro”. Creio que o comportamento autodestrutivo dos jovens é uma grave advertência sobre a saúde geral da sociedade. A maior sensibilidade dos jovens torna-os mais vulneráveis às toxinas da vida moderna, lembrando os canários que são colocados nas minas de carvão e cujo padecimento indica a presença de gases venenosos.” Daisaku Ikeda, Proposta de Paz 2004

“Desde o início da revolução industrial, a civilização moderna tem vivenciado uma trajetória de avanço frenético, servida pelas ferramentas do racionalismo científico. A força motriz tem sido a cobiça desenfreada, a arrogância sem limites do ego superficial. Nada expressa isso tão fortemente do que as armas nucleares, que transformam o direito à vida de todas as pessoas da Terra em refém do domínio e segurança de certos países. Elas são o epítome de uma civilização dedicada a saciar os desejos, nascidos da fusão do desenvolvimento tecnológico e dos objetivos militares.” Daisaku Ikeda, Proposta de Paz 2004

Crianças são como os adultos. Adultos constroem armas, Armas Nucleares, então nós, professores, pais, educadores, e estudantes, devemos nos unir e dialogar até que consigamos realmente mudar a realidade. Nós precisamos iniciar focando as Armas Nucleares, juntamente com Sensei, desde as 8:15 da manhã de 6 de agosto de 1945. Se todos nós educadores focarmos isto, numa aliança, isto ajudará a ONU e contribuirá para a Educação, o 4º Poder, proposta pelo Sensei. Nós precisamos fazer nossa lição de casa e dialogar com os estudantes sobre as Armas Nucleares e o Poder do Diálogo.

Conseguir chegar na raiz da causa e “arrancar as garras” do mal que está no coração das Armas Nucleares as a sociedade dos adultos lançaram na escuridão o futuro dos jovens. O intento de Toda com respeito ao desarmamento era para extrair o mal pela raiz: A teoria por traz da intimidaçao nuclear, pelo qual o medo das pessoas é despertado, o que leva a desconfiança e a justificativa para as pessoas se armarem pela sua sobrevivência ou segurança. Por isto, a Educação para o Desarmamento Nuclear deve ser um princípio chave a ser ensinado aos estudantes.

Nós acreditamos em nossa fé nas pessoas, a fé que o BJD manteve em seu respeito pelas pessoas, é algo que nós temos que bradar contra todas probabilidades contrárias. Aprender ser otimista é importante. Nós temos que sair em meio as pessoas que discordam neste diálogo. O tempo está ao nosso lado – ou mais corretamente – Nós estamos criando o tempo para a transformação humanística.

A Rede Internacional de Educadores Soka é um projeto voluntário criado para inspirar educadores que estão implementando a Educação Soka de diferentes modos. O objetivo deste novo periódico é criar uma rede robusta de Educadores Soka para apoiar o desenvolvimento crescente da Educação Humanística. Esta rede é moderada por Stephanie Tansey (tansey@usa.net).